Ano Olímpico
Uma presença pelotense já está confirmada nas Olimpíadas 2024
Único brasileiro na lista de convocados, Edgard Vernetti será árbitro de execução nas disputas da ginástica artística em Paris
Foto: Divulgação - Em solo francês, pelotense avaliará a qualidade dos elementos apresentados pelos ginastas durante as séries
A virada de 2023 para 2024 coloca os Jogos de Paris como realidade cada vez mais próxima. E esta edição do maior evento esportivo do mundo, marcada para acontecer entre 26 de julho e 11 de agosto, terá a presença de pelo menos um pelotense. O médico Edgard Vernetti, 44, foi o único brasileiro convocado pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) para compor a equipe de arbitragem das disputas da modalidade.
Formado em Medicina pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), onde hoje também atua como professor, Vernetti já participou de cerca de 40 competições internacionais de ginástica. Nas Olimpíadas em solo francês, ele será árbitro de execução: avaliará a qualidade dos elementos apresentados pelos ginastas nas séries de solo, cavalo com alças, argolas, salto, barras paralelas e barra fixa.
“Arbitrar os Jogos Olímpicos é o ápice da carreira de qualquer árbitro de ginástica. É o equivalente a um árbitro de futebol ser convocado pela Fifa para atuar em uma Copa do Mundo. As expectativas são as melhores possíveis, fazer o melhor trabalho possível. A ginástica do Brasil nunca esteve tão forte como atualmente, somos uma potência mundial e espero poder testemunhar vários momentos históricos nesses Jogos”, diz Edgard ao DP.
Paixão pelo esporte
A curiosidade cumpriu papel primordial para a sólida carreira construída pelo pelotense. Durante a década de 1990, a pouca informação disponível sobre a ginástica o fez buscar meios de entender as regras da modalidade, apesar de nunca tê-la praticado. Em 2001, Vernetti comprou uma cópia do Código de Pontos, livro completo a respeito desse esporte. Então, investiu no primeiro curso de arbitragem.
“Em 2005 obtive o brevet [espécie de licença] de árbitro nacional e, em 2006, me tornei árbitro internacional. As regras da ginástica são atualizadas a cada ciclo olímpico, e para continuar sendo árbitros, precisamos novamente realizar o curso”, explica. Edgard está no quinto ciclo, e ao longo da trajetória rodou o mundo para competições como Mundial (2017, 2018 e 2023), Pan-Americano (2007, 2011 e 2019) e Olimpíadas da Juventude (2014).
O pelotense só saberá em quais provas estará envolvido poucos dias - ou até mesmo algumas horas - antes das disputas começarem. As bancas de execução são definidas via sorteio e a cada fase. Os Jogos Olímpicos têm quatro etapas: classificatória, final por equipes, final individual geral e finais por aparelhos. Edgard Vernetti só não poderá marcar presença em competições com ginastas brasileiros.
Conciliando ocupações
Integrante do Comitê Técnico da Ginástica Artística Masculina da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e da Federação de Ginástica do Rio Grande do Sul (FGRS), o médico também é, desde 2022, árbitro nacional da categoria feminina. Entre o fim de setembro e o início de outubro de 2023, Vernetti viajou à Bélgica, onde seu desempenho no Mundial resultou na convocação para as Olimpíadas.
Toda essa trajetória foi pavimentada enquanto Edgard também construía uma carreira de destaque na área da saúde. Se especializou em Clínica Médica pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e em Medicina Intensiva pela UCPel. Atualmente, é médico rotineiro da UTI Adulta do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP) e membro do Departamento de Clínica Médica da Famed da UFPel, além do já citado cargo de professor.
“Muitas das escolhas profissionais que eu fiz, na verdade quase todas, sempre levavam em conta a possibilidade da manutenção da atividade de árbitro. [...] O amor pela ginástica iniciou antes da escolha pela profissão. Eu ainda estava na faculdade quando comecei a atuar como árbitro. Conciliar as duas coisas foi um pouco mais complicado durante a formação profissional”, relembra.
Edgard Vernetti conta que abdicou da maioria das férias das residências médicas, por exemplo, para atuar em eventos como árbitro. Cada convocação propicia uma liberação legal para viajar, pois os profissionais em questão representam o País em uma delegação nacional esportiva no exterior. “O mais importante é sempre contar com a colaboração dos colegas e organizar tudo com o máximo de antecedência possível”, resume.
Sobre os Jogos
Paris 2024 será inaugurada oficialmente com uma cerimônia inédita. O evento de abertura não vai acontecer em um estádio, como de costume, e sim nas águas. Os milhares de atletas de todos os cantos do planeta desfilarão em barcos pelo Rio Sena. Outra novidade é que o Comitê Organizador planeja tornar o evento neutro em emissão de carbono.
Em relação aos Jogos de Tóquio 2020, realizados em 2021 por conta da pandemia, duas modalidades são novas: breaking (breakdance) e canoagem slalom extremo. Por outro lado, karatê, softbol e beisebol deixam o quadro nesta edição. Assim, Paris 2024 terá 48 esportes praticados.
Na edição passada das Olimpíadas, a delegação brasileira quebrou o próprio recorde. Foram 21 medalhas conquistadas (sete de ouro, seis de prata e oito de bronze), maior número da história. Assim, o Brasil terminou em 12º lugar no quadro geral, uma posição acima do desempenho em casa, nos Jogos do Rio 2016, quando os brasileiros somaram 19 subidas ao pódio.
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